quarta-feira, 16 de maio de 2012

Na hora de dormir

Toda noite, a mesma história, a mesma confusão, a mesma briga.
— Hora de dormir, Júlia.
Toda noite, bem de noite, a mesma conversa. O pai de Júlia, cansado após um duro dia de trabalho, querendo descansar, mandava a filha dormir. Júlia escutava, virava os olhos para o outro lado, fingia que não era com ela e continuava acordada.
— Hora de dormir, Júlia.
De novo a voz irritada do pai, mandando a filha se aninhar.
— Hora de dormir Júlia. É a terceira vez que eu falo, menina. Será que você nunca me obedece!?
Júlia não obedecia. O relógio andava mais alguns minutos. Cada minuto passado era um minuto que Júlia ganhava acordada, desobedecendo ao pai, sem ir dormir. Ela olhava a cama arrumada, o travesseiro fofinho, o lençol branco com desenhos e o velho cobertor azul-claro. Mas qual!... Dormir ainda não.
Quando o pai perdia a calma, a paciência e cansava de pedir para a filha ir dormir, sem conseguir resultado, apelava para os gritos e ameaçava dar umas palmadas. A coisa estando nesse pé, Júlia não tinha outra saída senão pular para a cama e se esconder debaixo do cobertor amigo e do travesseiro. Mas não dormia. Ficava acordada.
Às vezes ela ainda tentava explicar ao pai;
— Pai, estou esperando o Saci-Pererê. Ele prometeu que ia passar de noite aqui para conversar comigo.
O pai não entendia e não acreditava.
— Você está lelé da cuca, menina. Numa hora dessas está todo mundo dormindo. Não tem ninguém nessa cidade inteira que esteja acordado. Nem o Saci- Pererê... Nem o Lobo Mau.
— Bem, isso é verdade, pai. O Lobo Mau dorme cedo mesmo. Quem me contou isso foi o irmão mais velho dos três porquinhos. Sabe por quê?
O pai espumava o canto da boca de raiva:
— Não quero saber nada! Só quero que você durma!
E Júlia pulava para sua cama. Mas não demorava muito e lá vinha algum visitante dar um dedo de prosa com ela. Até mesmo o Saci-Pererê. Uma vez ele apareceu no quarto de Júlia e contou que tinha gente arrumando dinheiro para comprar uma perna mecânica para ele. Júlia deu sua opinião, dizendo ao Saci que ele era querido justamente porque tinha uma perna só.
Júlia foi visitada também pela Branca de Neve. Branca de Neve estava procurando o Soneca, o anãozinho dorminhoco, que estava perdido. As duas puseram o quarto de Júlia de cabeça para baixo, viraram tudo pelo avesso, mas não encontraram nem sombra do Soneca.
O pai quase desmaiou quando viu a bagunça e ouviu a explicação de Júlia.
E assim andaram as coisas. O pai querendo que ela dormisse cedo e Júlia querendo ficar acordada. Até que um dia...
Um dia, o pai de Júlia chegou em casa mais cansado do que nunca, com a cabeça estourando.
Na hora de dormir, em vez de gritar, esbravejar, brigar e ameaçar a menina para que fosse dormir, ele mudou o jeito. Chegou perto dela, abraçou-a demoradamente, deu-lhe um beijo demorado no rosto redondo e disse:
— Ta na hora de dormir.
Naquele dia, pela primeira vez, Júlia foi pra cama, meteu-se debaixo do velho cobertor azul e dormiu gostoso, sonhando com príncipes, fadas e sapos-cururus.

Edson Gabriel Garcia
Treze contos
Atual editora

ENTENDIMENTO DE TEXTO

1) Júlia e seu pai tinham um problema. Qual era?
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2) ―Toda noite, bem de noite, a mesma conversa.‖

O que quer dizer ―toda noite, bem de noite‖?
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3) Como se sentia o pai de Julia diante de sua teimosia? Marque três alternativas.

(   ) satisfeito   (   ) cansado    (   ) agitado

(   ) irritado      (   ) aliviado      (   ) aborrecido

4) Descreva a cama de Júlia.
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5) O que fazia o pai de Júlia quando perdia a paciência?

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6) Que desculpa Júlia dava ao pai para não obedecê-lo?
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Diante da desculpa dada por Julia, seu pai pensava que:
(   ) ela estava sendo sincera.
(   ) ela estava ficando maluca.
(   ) ela estava brincando.

7) ―E Júlia pulava para sua cama. Mas não demorava muito e lá vinha algum visitante dar um dedo de prosa com ela. Até mesmo o Saci-Pererê. Uma vez ele apareceu no quarto de Júlia e contou que tinha gente arrumando dinheiro para comprar uma perna mecânica para ele.‖

a) O que Júlia achou dessa ideia?
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b) Por quê?
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8) Uma vez, o pai de Júlia quase desmaiou quando viu a bagunça de seu quarto e ouviu a explicação da filha. Por que o pai se sentiu assim?

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9) a) Um dia, o pai de Júlia mudou de estratégia para mandá-la dormir. O que ele fez?
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b) Qual foi o resultado dessa mudança?
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10) Você gosta de dormir cedo? Por quê?
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domingo, 6 de maio de 2012

Atividades de matemática

Leia com atenção e responda em seu caderno.

1- Quantas ordens e quantas classes há em cada um dos seguintes números?

a) 8.267:
b) 75.000:
c) 64.103.718:
d) 9.437.000.000:
e) 40.126.002:
f) 1.277.605.358:
g) 604.105:

2- Observe o número 3.209.645, responda:

a) Quantas ordens há nesse número?
b) Quantas classes há nesse número?
c) Qual o algarismo que ocupa a maior ordem?
d) Qual o algarismo que ocupa a ordem das dezenas de milhar?
e) Qual a ordem ocupada pelo algarismo 6?
f) Quais são o valor absoluto e o valor relativo do algarismo 4?
g) Escreva como se lê, esse numeral.

3- Escreva quantas unidades há em:

a) 2 unidades de milhar.
b) 3 centenas de milhar.
c) 4 unidades de milhão.
d) 5 dezenas de milhar.
e) 6 unidades de milhão.
f) 2 centenas de milhão.

4- Escreva como se leem os seguintes números:

a) 61.030.425
b) 8.500.000:
c) 13.000.050:
d) 5.600.200:
e) 1.277.600.000:
f) 149.000.000:
g) 529.375.127.000:
h) 2.035.012:
i) 125.006:
j) 1.570.947:
k) 98.527:
l) 37.032.403:

As quatro operações

Adição

Usamos a adição sempre que queremos juntar duas ou mais partes:
- tu medias 150 cm e cresceste 13 cm:
150 cm + 13 cm = 163 cm;
- a tua turma tem 24 alunos, a do teu primo 25 e a da tua irmã 21. Todas juntas têm:
24 + 25 + 21 = 70 alunos.


Subtração
Usamos a subtração sempre que queremos retirar uma parte a um todo:
- tinhas 3 gorros mas perdeste um:
3 - 1 = 2;
- o teu pai pesava 86 kg, fez uma dieta e perdeu 1,4 kg:
86 kg - 1,4 kg = 84,6 kg.


Multiplicação
Usamos a multiplicação sempre que temos um fator que se repete várias vezes.
Imagina que:
- tens 9 pares de meias: 9 + 9 ou 2 x 9 = 18 meias;
- cada embalagem das tuas bolachas preferidas tem 15 bolachas e tu tens sempre 4 pacotes em casa:
15 + 15 + 15 + 15 ou 4 x 15 = 60 bolachas.


Divisão

Usamos a divisão sempre que queremos repartir, distribuir uma determinada quantidade:
- eu tenho 18 meias que estão repartidas por 3 gavetas; 18 : 3 = 6 meias;
- tu tens 60 bolachas que não cabem todas na mesma prateleira e tiveste de as dividir por duas;
60 : 2 = 30 bolachas.

A Velha Contrabandista

A Velha Contrabandista

Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.

( Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 8ed. São Paulo, Moderna, 1986)

1. Aponte expressões do texto que caracterizam a linguagem coloquial.

2. A construção: “o fiscal da Alfândega mandou ela parar” é típica da linguagem coloquial. Reescreva-a utilizando o padrão culto de linguagem.

3. Quando a velhinha disse: é areia, o fiscal acreditou? Justifique sua resposta com elementos do texto.

4. Você concorda com a esperteza da velhinha? Justifique sua resposta.

5. O que o autor quis dizer com a expressão: Tudo malandro velho?

6. Quando a velhinha decidiu contar a verdade?

7. Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?



1. Esse texto é uma:
(           ) narrativa                 (           ) poesia         (           )informação

2. É um texto que transmite:
(           ) momentos de tensão
(           ) uma situação de humor
(           ) comentários policiais
(           ) uma situação triste

3. Que adjetivos (qualidades) você daria à velhinha:

(           ) ingênua                  (           ) otimista
(           ) esperta                    (           ) pessimista
(           ) caduca                    (           ) boba
(           ) cansada                  (           ) inteligente

4. Que adjetivos você daria ao policial:

(           ) teimoso                   (           ) compreensivo
(           ) desconfiado           (           ) honesto
(           ) educado                 (           ) observador
(           ) ingênuo                  (           ) tolo


5. Você sabe como o governo controla a fronteira do país. Pesquise e responda:

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6. Quem sai prejudicado quando uma pessoa adquire um CD pirata?

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7. Quando não pedimos uma nota fiscal ao fazer uma compra, há também um prejuízo para toda a população. Que prejuízo é esse?
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10. Você sabe o que é contrabando? O que acha disso?

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11. Como o contrabando afeta a vida das pessoas?

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12. A palavra velhinha tem três sílabas sendo que a mais forte, ou a que falamos com mais intensidade é a sílaba lhi. Quanto à sílaba tônica (sílaba mais forte da palavra) elas são classificadas em:
. oxítonas- quando a sílaba tônica é a última
. paroxítonas – quando a sílaba tônica é a penúltima

. proparoxítonas – quando a sílaba tônica é a antepenúltima

Procure no texto e escreva abaixo, duas palavras:

.oxítonas_______________________________________________________

.paroxítonas____________________________________________________

.proparoxítonas_________________________________________________

13.Circule a sílaba tônica nas palavras abaixo:

lambreta – saco – senhora – fiscal – muamba – promete
9. Se você fosse o fiscal, teria percebido qual o contrabando? De que forma?
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8. O final do texto é surpreendente? Por quê?
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